Ronnie Self — o furacão rockabilly que também escreveu clássicos
Entre a energia crua do rockabilly dos anos 1950 e a sensibilidade pop que dominou as paradas nos anos seguintes, Ronnie Self ocupou um lugar singular: um performer incendiário no palco e, nos bastidores, um compositor de mão cheia, capaz de moldar sucessos atemporais. Apesar de não ter feito parte do Mainstream e se tornado tão popular no mundo musical, Ronnie é uma lenda e ícone da boa música sem duvidas. Senhoras e senhores… Ronnie Self ♥

Início de vida e primeiros passos
Nascido em 5 de julho de 1938 em Tin Town, Missouri, Ronnie Self emergiu do meio-oeste americano em um momento em que o rockabilly estava acendendo faíscas por todo o país. Sua juventude foi marcada por temperamento difícil e uma energia indomável, que mais tarde transbordariam em suas gravações e performances, distinguindo-o numa cena competitiva e barulhenta.
Ascensão no rockabilly
Self assinou com grandes gravadoras no fim dos anos 1950, registrando canções para a Columbia e, depois, para a Decca. Seu single mais conhecido, “Bop-A-Lena”, gravado em 1957 e lançado em 1958, chegou ao número 68 da Billboard — um feito modesto nas paradas, mas marcante o bastante para fixar seu nome entre os estilistas mais ferozes do rockabilly.
Em estúdio, Self reuniu faixas hoje cultuadas por colecionadores e fãs do gênero, como “Ain’t I’m a Dog”, “Big Fool” e “Rocky Road Blues”, consolidando a reputação de artista intenso, com vocais rasgados e composições que oscilavam entre o deboche e a confissão direta.
O compositor por trás dos hits
Se a carreira como intérprete teve resultados inconstantes, como compositor Ronnie Self deixou uma marca indelével. Ele é coautor de “I’m Sorry”, sucesso na voz de Brenda Lee, e também assinou “Sweet Nothin’s” e “Everybody Loves Me But You”, registros que ajudaram a definir a sonoridade pop juvenil do início dos anos 1960.
Seu alcance atravessou gêneros: a canção country gospel “Ain’t That Beautiful Singing”, gravada por Jake Hess, rendeu um Grammy de Melhor Performance Sagrada em 1969, evidenciando a versatilidade do seu catálogo e a capacidade de escrever para diferentes públicos sem perder identidade.
Conflitos, legado e despedida
O talento de Self conviveu com crises pessoais severas. O alcoolismo e o comportamento errático, com episódios de violência, sabotaram oportunidades e interromperam ciclos promissores em estúdio e no palco. Ele morreu em Springfield, Missouri, em 28 de agosto de 1981, aos 43 anos — jovem para a idade, eterno para a memória de quem o ouviu.
Hoje, seu nome ecoa em duas frentes: como um dos rostos do rockabilly mais selvagem de sua era e como o compositor que abasteceu vozes icônicas com canções inesquecíveis. A discografia pode ser breve, mas a influência — direta e emprestada — permanece viva nas regravações e na devoção dos nichos que celebram o rock de raiz.
Dados essenciais
- Nascimento: 5 de julho de 1938, Tin Town, Missouri
- Morte: 28 de agosto de 1981, Springfield, Missouri
- Gênero: Rockabilly, country, pop tradicional
- Selo/Gravadoras: Columbia, Decca; registros também associados à ABC-Paramount
Faixas para começar
- Bop-A-Lena (1958) — seu único charting nos EUA
- Ain’t I’m a Dog — hino regional no sul norte-americano
- Big Fool — recorte do seu estilo cru e acelerado
Clássicos que ele escreveu
- I’m Sorry — Brenda Lee
- Sweet Nothin’s — Brenda Lee
- Everybody Loves Me But You — Brenda Lee
- Ain’t That Beautiful Singing — Jake Hess (Grammy, 1969)
Discografia selecionada
Uma amostra dos lançamentos em singles que ajudam a mapear sua trajetória de estúdio.
- Pretty Bad Blues / Three Hearts Later — ABC-Paramount (1956)
- Big Fool / Flame of Love — Columbia (1957)
- Ain’t I’m a Dog / Rocky Road Blues — Columbia (1957)
- Bop-A-Lena / I Ain’t Goin’ Nowhere — Columbia (1958)
- Big Blon’ Baby / Date Bait — Columbia (1958)
- This Must Be the Place / Big City — Decca (1959)
- So High / I’ve Been There — Decca (1960)
- Something You Can’t Buy / Instant Man — Decca (1962)

Por que ainda ouvir Ronnie Self
Porque a música dele captura o momento em que o rock deixava de ser apenas forma e virava atitude. Nos seus melhores takes, há urgência rítmica, humor ferino e uma espécie de franqueza sem verniz. E quando a voz passa para outros intérpretes — como Brenda Lee —, as canções revelam um artesão pop preciso, com melodias que ficam e letras que colam na vida.
Há artistas que brilham no centro do palco e há os que acendem outras vozes. Ronnie Self fez as duas coisas — e isso não é pouco.
Linha do tempo
- 1938: Nasce em Tin Town, Missouri
- 1956–1958: Primeiros singles por ABC-Paramount e Columbia; “Bop-A-Lena” chega ao #68 na Billboard
- 1959–1962: Período na Decca com lançamentos esparsos e foco crescente em composição
- Início dos anos 1960: Sucessos como compositor com Brenda Lee (“I’m Sorry”, “Sweet Nothin’s”)
- 1969: “Ain’t That Beautiful Singing” rende Grammy a Jake Hess
- 1981: Morre em Springfield, Missouri, aos 43 anos
Notas: informações biográficas, discografia selecionada e dados de carreira foram compilados a partir de fontes públicas e perfis enciclopédicos.